Não sei se acredito. Mas não duvido. Não sei se escrevo. Mas escrevo! Não sei o que é ser, em Angola, político do Povo. Mas sei, que os políticos, principalmente os da oposição, atiraram a toalha ao chão, ante o desvario a que estamos votados, por uma gestão económica irresponsável e de, no mínimo, cariz criminosa.
Por William Tonet
A oposição cala-se. Não vai à rua. Não se mobiliza. Não protesta. Esconde-se… Reclama e reivindica, em “soft”, regra geral, no conforto das poltronas dos gabinetes com ares condicionados ou refastelados nos Lexus.
Por todo este descaso, mais uma vez, desconsigo acreditar estar o país tão sem rumo, face aos bilionários e vergonhosos roubos financeiros, que poderá avocar a tese tão cândida no socialismo, face às dificuldades económicas e sociais, porque vive a maioria da população: “Estão criadas as condições objectivas para a revolução”.
E isso porque mais de 20 milhões de autóctones angolanos foram compulsivamente atirados para a pobreza, por um regime déspota e a sua desastrada política económica, que privilegia o betão, ao invés do paracetamol e dos cadernos escolares. E porquê? Simplesmente, a política do betão permite a mais ignóbil corrupção, com cobertura judicial e institucional.
Como entender que apenas tenham sido publicadas as contas de 2014, do Fundo Soberano, dirigido por Zenú dos Santos, filho do Presidente da República, avaliadas em 5 mil milhões de dólares?
Onde estão as dos anos subsequentes? Ninguém sabe. E o presidente do Fundo marimba-se para o sofrimento do Povo que somos todos nós mas ao qual ele não pertence. Por esta razão, não me repugnaria, que, por respeito aos cidadãos pobres, ao não dizerem quanto ROUBARAM, ao menos nos dissessem quanto ficou nos cofres do Fundo Soberano do Petróleo, para o montante ser desviado para os hospitais e escolas públicas.
Como entender o controlo da TPA, órgão de comunicação, por parte de dois filhos do presidente da República: Tchizé dos Santos e José Dos Santos: Canal 2 e TPA Internacional. Estes detém ainda empresas de telecomunicações, imobiliárias e banco comercial.
Isabel dos Santos, primogénita do presidente da República, bilionária africana detentora de vários bancos e dona das telecomunicações de Angola, controla ainda a única empresa estatal petrolífera, mesmo tendo sido ao arrepio da lei.
E hoje termino com uma preocupação, porque razão, os partidos da oposição não estão preocupados com as declarações, proferidas no dia 28 de Junho, pelo presidente da Comissão Nacional Eleitoral de, não vendendo os bancos comerciais, divisas as empresas contratadas, para prestação de serviços eleitorais, estas têm de recorrer ao mercado paralelo, em consequência poder-se-á assistir à diminuição dos materiais para o acto que vai definir o futuro de Angola.
É que não há meia oposição. Não há oposição às segundas, quartas e sextas e meia oposição às terças, quintas e sábados, reservando o domingo para ir à missa tirar os pecados. Ou há oposição ou não há.
A experiência é a chave de tudo e quem pela guerra passou não deseja lá voltar, seria um retrocesso de tudo que já se conquistou ate hoje. Por isso afirmo que esse caminho não é opção dos angolanos.
[…] 2 DE JULHO DE 2017 […]
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